SILENE FARIAS
( BRASIL – ACRE )
Licenciatura em Artes
Maria SILENE de FARIAS Franca (1951) é natural de Tarauacá-AC.
Em 2002 organizou e publicou Bairro XV e Cidade Nova, por meio da Prefeitura Municipal de Rio Branco e Fundação Garibaldi Brasil, da qual ocupava o cargo de presidente.
Na década de 1980, Silene Farias participou da “Coletânea de Poesias Acreanas”, publicado em 1981 pelo grupo denominado Cia. Teatro 4º Fuso, sob a responsabilidade de Jorge Carlos. Este grupo, conforme estudos da prof.ª Margarete Edul Prado em “Motivos de Mulher na Amazônia (EDUFAC, 2006) se voltava para uma poesia de cunho social, tematizando acerca dos problemas do campo, da exploração, da miséria do seringueiro, etc. O livro, produção independente, em formato de brochura consta de 50 poemas, com desenhos, gravuras e reproduções de quadros de artistas locais retratando cenas de queimadas, do cotidiano e moradia do seringueiro, da mata, das opressões. No livro Silene de Farias assina três poemas. Também tem um poema (O Bahia Tá Encantado, p.185) publicado na “Antologia dos Poetas Acreanos 1986”, publicado pela Fundação Cultural e Casa do Poeta Acreano.
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A seguir, o poema publicado na Folhinha Poética – 2012:
CADÊ A MACAXEIRA?
É pouca a farinha no prato
e muita água na macaxeira.
É da gripe crônica
à falta de lambedor.
É um filho no peito,
outro no bucho,
outros quatro lambendo o dedo.
A rapadura foi pouca!
É a tristeza do companheiro,
a goteira que aumenta
e molha um outro filho
que arde em febre...
É a peste!
É o andar curvado,
Do peso secular da carga.
É o brilho dos olhos desfeito
Pela fumaça do látex.
A memória é forte!
A mola mestre
do mundo está gasta.
A tecnologia não funcionou.
Acabou a gasolina!
Os tanques estão vazios...
e agora?
O povo vai plantar cana?
Juntar os restos estragados
do fim da orgia do petróleo?
Que os tanques permaneçam vazios!
Que seja esta
a última cena desse ato trágico.
Que o povo plante e cante o que quer.
ARIAS, Silene in CARLOS, Jorge (org.). Coletânea de Poesias acreanas. Rio Branco: Cia. Teatro 4.º Fuso, 1981. p.17, 53 e 57
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Página publicada em agosto de 2023
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